sábado, 5 de março de 2011

A diversidade dispersiva do capitalismo

O fundamento do capitalismo é a diversidade que estimula nossos sentidos e o caráter dispersivo de nossa mente. Nossa mente adora o novo e aquilo que por cores, formas, perfumes, harmonias, melodias, sabores, texturas etc. cria nossa realidade perceptível.

E a realidade que vivemos na sociedade capitalista não nos leva ao autoconhecimento, ao contrário, estimula nossa infinita extroversão, uma vida "sensacional" por estimular nossos sentidos e nossos pensamentos numa diversidade, combinações e categorizações infinitas.

E, mais, na maioria das vezes não tomamos consciência de quantos pensamentos desnecessários ou prejudiciais ao nosso bem-estar consomem tempo de trabalho de nossos neurônios.

Alguns filósofos da Antiguidade, tanto do Oriente quanto do Ocidente afirmam: somos o que pensamos.

Mas o que pensamos? Pensamos sobre o que vemos, cheiramos, comemos, sentimos, escutamos etc....

Assim, os livros que você lê, os filmes que vê, a comida que come, as pessoas com quem convive - as quais tendemos a imitar - os cheiros que sentimos, toda nossa rotina e aquilo que estimula nossos sentidos e pensamentos, define quem somos, nossas atitudes, ações e palavras - além dos pensamentos.

Não estou negando o capitalismo, apenas sugerindo que tomemos consciência sobre o que nos influencia a viver uma vida qualquer ou a vida que queremos viver.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Julgamentos, categorias: a verdade como ilusão

Já parou pra pensar quantas vezes a verdade, a prova científica, o conhecimento advindo de autoridades reconhecidas no nosso meio social fazem com que vivamos uma ilusão de que a vida é igual a esta verdade? E aí quando descobrimos que não é "só isso" ou não é "bem assim, nos frustramos. É o famoso desencantamento do mundo.

Mas a realidade nada mais é do que um emaranhado caótico de perspectivas... e para não nos perdemos precisamos compreender os príncipios da vida e respeitar as regras mais fundamentais que nós mesmos criamos e legitimamos como fundamentais para uma convivência social harmônica.

Está mais próximo da "verdadeira verdade" aquele que é capaz de compreender que afirmações são perspectivas e que existem princípios que não podem ser mudados, caso contrário sua vida será dramaticamente afetada, podendo entrar em lógicas que justificam seus atos, mas que não geram felicidade, mas só ansiedade, aflição, insatisfação constante etc., em você e naqueles que convivem com você.

Não é simples reconhecer a verdade e o conhecimento verdadeiro, mas é o esforço que nos tornará mais sustentáveis como indivíduos: respeitando a vida em todas as formas, compreendendo e respeitando a integridade de si e do outro, observando a si e aprimorando-se continuamente, fazendo sua vida melhor e mais feliz, assim como dos que o rodeiam, dando o máximo de si por seu propósito de vida e sabendo que existem limites que você jamais poderá transpor sozinho, que há consequências que você não poderá evitar ou prever, que você terá sempre que estar disposto a assumir a responsabilidade por seus atos, e que quanto mais poder e conhecimento você tiver mais responsável você se tornará, que a honestidade está além de qualquer desejo que você queira satisfazer, que não é porque você tem poder e conhecimento que você pode disperdiçá-los à vontade, que tudo isso lhe tornará seu coração puro, lhe dará a alegria e entusiasmo que faz valer a pena qualquer vida, em qualquer circunstância ser vivida.

Texto inspirado no livro Yôga Sútra, de Pátañjali - sistematizador do Yôga Clássico, ou Ashtánga Yôga.