Por vezes, me dou o direito de desenhar livremente florzinhas, menininhas, menininhos, cachorrinhos e borboletinhas.
Essa criança é parte integrante do adulto. Porque é nela que mora a sensibilidade do homem. É com ela que os sentidos ‘falam’ por si, sem uma racionalização, sem a certeza, sem a necessidade dela. E essa aparente fantasia é a mais pura verdade absoluta, porque neste momento de êxtase com a criação não há o que negue sua realidade.
Sob o sol a se pôr, os olhos apertados admiram a luz que toca e doura o gramado, lhe proporcionando tonalidades múltiplas.
Verde amarelado, amarelo esverdeado... degradé à brasileira.
Cada cor que reflete o sol amarelo-alaranjado é como a nota de uma linda melodia, que se constrói com o passar dos olhos.
O piscar é o metrônomo desta música que encanta os ouvidos do que não pode ouvir.
O corpo todo vibra absorvendo cada cor, cada nota... memorizando cada sensação...deleitando-se, contemplando... presenciando o presente, recebido em frequência envolvente, capaz de provocar uma catarse e transformar tudo o que era antes.
A dança da vida nas asas da fênix.
