terça-feira, 10 de dezembro de 2019

A busca pela tão almejada estabilidade

Mesmo que de forma inconsciente, queremos a estabilidade, ou o famoso “equilíbrio”, a homeostase. É como se a própria natureza humana se esforçasse para isso, e nossa mente interpretasse esta mensagem orgânica inconsciente como uma busca constante por estabilizar. 

A dor e o prazer são como dois lados da mesma moeda. Eles ocupam exatamente o mesmo espaço. Se você sente prazer, não sente dor e vice-versa. Estou me referindo a pessoas saudáveis. rsrs

Por isso, a lei da sobrevivência nos leva a fugir da dor e a nos apegarmos ao prazer. 


No entanto, dor e prazer são sensações e sentimentos produzidos por um ciclo vicioso, por um estado de inércia. E embora a inércia seja fundamental, ela sozinha não nos conduz a evoluir como seres humanos. 

Precisamos da inércia, tanto quanto do dinamismo ou movimento e, assim como esses dois, precisamos de estabilidade.

Estabilidade é quando não há dor nem prazer, nem apatia nem desespero, nem euforia nem depressão. Nosso estado físico, emocional e mental está em algum lugar entre o 8 e o 80 – entre os extremos do dinamismo e da inércia. Isso faz com que nos sintamos presentes e percebamos nossa existência com tal intensidade, que nos bastamos, e sentimos que estamos no lugar certo, na hora certa, fazendo o que é certo, com as pessoas e coisas certas.

A estabilidade é conquistada ou vivenciada quando somos capazes de saber quando aceitar, e quando lutar, quando nos mover e quando ficar parados, não pela mera sobrevivência, mas porque escolher entre as opções que se apresentam, e vencer a dúvida, de coração, demonstra que já enxergamos o caminho e sabemos que é por ele mesmo que queremos/devemos seguir. Ou seja, já sabemos onde cada ação que realizamos irá nos levar. Isso significa que estamos deixando a intuição fluir e respeitando nosso ritmo e nosso tempo e o de cada coisa ao redor. E entendemos nosso papel, nosso lugar no mundo.

Enfim, a dúvida cessa, sabemos e pronto. Seguimos com coragem para lutar pelo que acreditamos ou sabemos! E é assim que nos tornamos líderes de nós mesmos, e passamos a liderar outros. Quando somos mestres de nossos destinos e capitães de nossas almas, como disse o poeta: William Ernest Henley (1849–1903) em Invictus. E quando respeitamos o papel e o lugar no mundo de cada um que cruza nosso caminho. Congregando, agregando, fazendo com que a evolução se reverbere do indivíduo para um grupo e de um grupo para toda a sociedade!

Foto: Geekoos

segunda-feira, 1 de abril de 2019

Sabia que cultivar a amizade é um dos princípios das pessoas mais longevas do mundo?


Imagine que sua expectativa de vida é influenciada pela proporção entre o número de atividades do seu dia que gastam mais energia e o número que restaura ou lhe provê mais energia.

Experimente fazer uma lista, por exemplo:

  • Profissão ou trabalho: gasta ou provê mais energia?
  • Amizades: gastam ou provêm mais energia?
  • Relacionamentos em geral: gastam ou provêm mais energia...

Enfim, esta é uma maneira de ganhar consciência de quanto tempo você dedica àquilo que te provê energia mais do que gasta, e ainda avaliar se é possível que alguma das atividades que gastam mais, passem a prover mais.

Assim, você poderá agir:

  • Primeiro:
- Cultivando as amizades diariamente com pequenos gestos:

- Enviar mensagens realmente interessadas no outro, em como ele está e se sente! 

- Compartilhar suas conquistas! Presentear o outro com aquilo que ele realmente valorize. 

- Mostrar que o amigo pode contar com você e também saber que você pode contar com ele!

  • Isso é algo que aumenta:

- Sua sensação de segurança, autoestima, de que você é querido e importante! 

- Ajuda a estabilizar o emocional, enfim até a imunidade tende a ser melhor quando sabemos que temos com quem contar de verdade e comemorar nossas conquistas e alegrias!

  • Segundo:
- Encontrar formas de tornar as atividades que gastam mais energia em provedoras. 

Por exemplo, se o trabalho te desgasta porque as relações são hostis, e a cultura do local se constrói com base nisso, busque um novo trabalho, empresa. Ou mesmo, quando são algumas
pessoas do ambiente de trabalho que criam hostilidade e falta de
companheirismo, experimente mudar sua atitude, suas reações diante das mesmas circunstâncias. Assim, você influencia o ambiente profissional, tornando a atividade um reforço da sua alegria, disposição, criatividade etc.

*Inspirado no livro IKIGAI - Os segredos dos japoneses para uma vida longa e feliz, de Héctor García e Francesc Miralles.

quarta-feira, 27 de março de 2019

Juntos vamos mais longe






Caminhavam na minha frente um casal: um senhor que dava o braço de apoio a uma moça deficiente visual! E, de repente, me vi sensibilizada pelo cuidado, pelo carinho e, ao mesmo tempo, pela dedicação do senhor em ajustar seu passo ao da moça, e pela humildade dela em aceitar e valorizar a ajuda, que realmente parecia fundamental.

Me fez pensar o quanto estamos dispostos a ajustar nosso ritmo ao daqueles com quem convivemos! E a verdade é que o mundo ideal seria fazer este esforço de andar mais ou menos depressa por carinho e admiração, mais do que dependência ou obrigação! Isso faria a relação mais durável e promoveria uma evolução pessoal mais significativa.

E para que estamos neste mundo senão para evoluir! 😊

Foto: não encontrei a fonte.

terça-feira, 26 de março de 2019

Generosidade sem culpa




Eu estava comprando especiarias na feira e, no exato momento em que eu abri a carteira, aproximou-se um menino bem pequeno e muuuito bonitinho! Eu já sabia que ia me pedir dinheiro! E então me adiantei: posso te ajudar? E ele respondeu: eu queria um trocado! E eu perguntei “para que você precisa?” E ele respondeu: “para comprar umas coisas da escola”.

Bom, verdade ou não, ele soube usar um argumento convincente! rs Então, sem titubear, peguei umas moedinhas que tinha na carteira, entreguei para ele e antes que saísse, perguntei seu nome e mandei um: “se cuida”. Um pouco como se quisesse dizer: olha, eu te dei o dinheiro, mas não vá usar com algo que lhe cause mal. Enfim, mecanismos para aliviar qualquer culpa hehe.

E então notei que mentalmente havia me questionado se devia ou não ter dado o dinheiro! E percebi que nesses casos, em que não convivemos com a pessoa, quase nunca saberemos o que o outro vai fazer com o que dermos a ele! E me aliviou pensar que isso é responsabilidade dele mesmo!

Eu raramente dou dinheiro como esmola (prefiro dar comida ou outra coisa útil) mas, quando dou, faço porque a minha empatia não me deixa raciocinar! rsrs Imagino-me no lugar do outro, e penso como seria se fosse tão difícil para mim ter poucos reais para qualquer coisa! E percebo que gostaria muito que fossem generosos comigo.

A verdade é que vale mais a atenção, o cuidado e o carinho com que tratamos essas pessoas que realmente dependem de pequenos atos de generosidade, quando não podemos fazer mais.

A reflexão que fiz não foi com a intenção de eliminar a necessidade de mudanças estruturais na economia, política e sociedade em geral, mas para aprendermos a não carregar a culpa de não poder resolver a vida do outro, e sim dar o que temos de melhor em cada circunstância! 

Queiramos ou não aceitar, nossos atos se refletem primeiro em nós mesmos e depois no restante do mundo! Portanto, se dermos algo a alguém por generosidade, isso só vai promover uma maior autoestima, mais alegria, influenciando positivamente todas as nossas ações diárias.

FOTO: não achei a autoria da foto, mas copiei de um blog que conta uma história bem bonitinha sobre generosidade:  http://taisecoisasdavida.blogspot.com/2011/12/verdadeira-generosidade.html.



sábado, 23 de março de 2019

Você odeia ser interrompido no ambiente de trabalho?

A vida é uma sequência de interrupções e não há nada de errado com isso.

Você está tão ocupado no trabalho e concentrado que não pode parar para responder as saudações dos colegas?

Desculpe-me se te incomodar o que eu vou dizer, mas talvez você esteja se ocupando demais em cuidar de coisas e menos das pessoas.

Isso não significa que a concentração é dispensável para realizar suas tarefas, mas sim que é possível coexistirem trabalho concentrado e convivência, troca, ambiente leve e descontraído!

Um ambiente de trabalho em que todos tendem a se fechar na sua bolha e interagir pouco, ou ser indiferentes àqueles que dividem o mesmo espaço, está ultrapassado e provavelmente tem baixa produtividade, energia e criatividade.

O futuro das organizações e empresas, influenciadas pelo modelo start up, é ter um ambiente de convivência, em que a prioridade é a relação, a troca, a colaboração, a parceria e cooperação; não o isolamento! 

É preciso estar com a mente aberta a aceitar que o mundo está mudando arrastado por uma avalanche de gerações mais livres e criativas. Cabe a nós escolher se queremos estar na crista da neve rsrs ou sermos arrastados por ela!

quinta-feira, 21 de março de 2019

O medo de mudar e a necessidade inadiável de um momento para si

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E, de repente, eu senti vontade de voltar a escrever, registrar as reflexões que povoam minha mente e quem sabe possam ser úteis a outrem...

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Chegamos a um ponto em que os estudos e referências escritas, em vídeo, em podcasts não nos permitem mais fugir do fato de que não somos resultados de coincidências ou mesmo, na maior parte das vezes, de escolhas conscientes; mas somos sim produtos de uma série de fatos, experiências, discursos, culturas e heranças genéticas, que nos formataram ao longo de nossa história.

E quando qualquer um de nós se depara com esta verdade, tomamos consciência de que muitas das nossas ações estão padronizadas, para sermos aceitos socialmente, e automatizadas pelo volume de vezes que as repetimos e reforçamos, com a intenção de sempre sermos protegidos pelos grupos em que nos inserimos, sejam família, amigos ou profissionais.

E então nos damos conta de que, talvez, o que ocorreu de bom em nossa vida, ou de ruim, foi puro acaso, porque não estávamos lúcidos quando tomamos as decisões, e simplesmente aceitamos a vida como ela seguiu, atendendo àquilo que esperavam de nós.

E não quer dizer que não nos esforçamos. Entramos em conflitos, confrontos, lutamos pelo que queríamos (ou pensávamos que queríamos), trabalhamos e estudamos durante muitas horas, para conquistar nossos objetivos pessoais e profissionais. Porém, de repente, percebemos que o lugar onde estamos hoje não nos causa tanta satisfação quanto deveria. Que o troféu não foi suficiente para gerar realização pessoal, mas apenas para gerar novas exigências, num mundo em que a estabilidade física, emocional e mental passou a ser interpretada, por alguns, como zona de conforto, ou inércia.

E, então, com o pretexto de que continuar lutando seria suficiente para não ficar inerte, para evoluir, continuamos num ciclo de automatismos, sem lucidez sobre o que realmente queremos de nossas vidas. E aí sim entramos numa inércia. A inércia por medo de mudar, não o caminho, mas a direção, e os pontos de parada.

O incômodo de uma vida automatizada e sem sentido, quando não recebe atenção na primeira manifestação, vai se tornando maior à medida que o reprimimos. Por isso, um momento de auto-observação, reflexão e autoestudo, um break para cuidar de si é tão fundamental, hoje. Principalmente neste mundo, que te cobra respostas simultâneas e subsequentes infinitas - sejam nas redes sociais, apps de mensagens, e-mails, por telefone e na mídia em geral.

Há quanto tempo você não para de responder mensagens de celular ou realizar alguma atividade produtiva ou social? Desde quando você não avalia sua rotina? Qual foi a última vez que você adquiriu um novo hábito, que te faça mais feliz e satisfeito?

Se você parar para responder a estas perguntas, seu break ou seu momento de autoestudo já começou. Este pode ser um novo hábito para criar coragem e enfrentar os obstáculos que se opõem às mudanças que te farão mais feliz!