E, de repente, eu senti vontade de voltar a escrever, registrar as reflexões que povoam minha mente e quem sabe possam ser úteis a outrem...
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Chegamos a um ponto em que os estudos e referências escritas,
em vídeo, em podcasts não nos permitem mais fugir do fato de que não somos resultados
de coincidências ou mesmo, na maior parte das vezes, de escolhas conscientes;
mas somos sim produtos de uma série de fatos, experiências, discursos, culturas
e heranças genéticas, que nos formataram ao longo de nossa história.
E quando qualquer um de nós se depara com esta verdade,
tomamos consciência de que muitas das nossas ações estão padronizadas, para
sermos aceitos socialmente, e automatizadas pelo volume de vezes que as
repetimos e reforçamos, com a intenção de sempre sermos protegidos pelos grupos
em que nos inserimos, sejam família, amigos ou profissionais.
E então nos damos conta de que, talvez, o que ocorreu de bom
em nossa vida, ou de ruim, foi puro acaso, porque não estávamos lúcidos quando
tomamos as decisões, e simplesmente aceitamos a vida como ela seguiu, atendendo
àquilo que esperavam de nós.
E não quer dizer que não nos esforçamos. Entramos em
conflitos, confrontos, lutamos pelo que queríamos (ou pensávamos que queríamos),
trabalhamos e estudamos durante muitas horas, para conquistar nossos objetivos
pessoais e profissionais. Porém, de repente, percebemos que o lugar onde estamos
hoje não nos causa tanta satisfação quanto deveria. Que o troféu não foi suficiente
para gerar realização pessoal, mas apenas para gerar novas exigências, num
mundo em que a estabilidade física, emocional e mental passou a ser
interpretada, por alguns, como zona de conforto, ou inércia.
E, então, com o pretexto de que continuar lutando seria
suficiente para não ficar inerte, para evoluir, continuamos num ciclo de
automatismos, sem lucidez sobre o que realmente queremos de nossas vidas. E aí
sim entramos numa inércia. A inércia por medo de mudar, não o caminho, mas a
direção, e os pontos de parada.
O incômodo de uma vida automatizada e sem sentido, quando
não recebe atenção na primeira manifestação, vai se tornando maior à medida que
o reprimimos. Por isso, um momento de auto-observação, reflexão e autoestudo,
um break para cuidar de si é tão fundamental, hoje. Principalmente neste mundo,
que te cobra respostas simultâneas e subsequentes infinitas - sejam nas redes
sociais, apps de mensagens, e-mails, por telefone e na mídia em geral.
Há quanto tempo você não para de responder mensagens de
celular ou realizar alguma atividade produtiva ou social? Desde quando você não
avalia sua rotina? Qual foi a última vez que você adquiriu um novo hábito, que
te faça mais feliz e satisfeito?
Se você parar para responder a estas perguntas, seu break ou
seu momento de autoestudo já começou. Este pode ser um novo hábito para criar
coragem e enfrentar os obstáculos que se opõem às mudanças que te farão mais
feliz!
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