quinta-feira, 21 de março de 2019

O medo de mudar e a necessidade inadiável de um momento para si

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E, de repente, eu senti vontade de voltar a escrever, registrar as reflexões que povoam minha mente e quem sabe possam ser úteis a outrem...

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Chegamos a um ponto em que os estudos e referências escritas, em vídeo, em podcasts não nos permitem mais fugir do fato de que não somos resultados de coincidências ou mesmo, na maior parte das vezes, de escolhas conscientes; mas somos sim produtos de uma série de fatos, experiências, discursos, culturas e heranças genéticas, que nos formataram ao longo de nossa história.

E quando qualquer um de nós se depara com esta verdade, tomamos consciência de que muitas das nossas ações estão padronizadas, para sermos aceitos socialmente, e automatizadas pelo volume de vezes que as repetimos e reforçamos, com a intenção de sempre sermos protegidos pelos grupos em que nos inserimos, sejam família, amigos ou profissionais.

E então nos damos conta de que, talvez, o que ocorreu de bom em nossa vida, ou de ruim, foi puro acaso, porque não estávamos lúcidos quando tomamos as decisões, e simplesmente aceitamos a vida como ela seguiu, atendendo àquilo que esperavam de nós.

E não quer dizer que não nos esforçamos. Entramos em conflitos, confrontos, lutamos pelo que queríamos (ou pensávamos que queríamos), trabalhamos e estudamos durante muitas horas, para conquistar nossos objetivos pessoais e profissionais. Porém, de repente, percebemos que o lugar onde estamos hoje não nos causa tanta satisfação quanto deveria. Que o troféu não foi suficiente para gerar realização pessoal, mas apenas para gerar novas exigências, num mundo em que a estabilidade física, emocional e mental passou a ser interpretada, por alguns, como zona de conforto, ou inércia.

E, então, com o pretexto de que continuar lutando seria suficiente para não ficar inerte, para evoluir, continuamos num ciclo de automatismos, sem lucidez sobre o que realmente queremos de nossas vidas. E aí sim entramos numa inércia. A inércia por medo de mudar, não o caminho, mas a direção, e os pontos de parada.

O incômodo de uma vida automatizada e sem sentido, quando não recebe atenção na primeira manifestação, vai se tornando maior à medida que o reprimimos. Por isso, um momento de auto-observação, reflexão e autoestudo, um break para cuidar de si é tão fundamental, hoje. Principalmente neste mundo, que te cobra respostas simultâneas e subsequentes infinitas - sejam nas redes sociais, apps de mensagens, e-mails, por telefone e na mídia em geral.

Há quanto tempo você não para de responder mensagens de celular ou realizar alguma atividade produtiva ou social? Desde quando você não avalia sua rotina? Qual foi a última vez que você adquiriu um novo hábito, que te faça mais feliz e satisfeito?

Se você parar para responder a estas perguntas, seu break ou seu momento de autoestudo já começou. Este pode ser um novo hábito para criar coragem e enfrentar os obstáculos que se opõem às mudanças que te farão mais feliz!


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