Abaixo, você vai encontrar um artigo que dá início a um estudo que fiz sobre os dois temas descritos no título acima!
Espero que aprecie a leitura!
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Espero que aprecie a leitura!
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Fonte da foto: http://www.hrportugal.pt/wp-content/uploads/2011/11/bicicleta.jpg
Inicialmente, você pode estar se perguntando onde os
conceitos de alta performance e descontração se cruzam. E foi justamente este
desafio que me levou a escrever sobre o tema.
O termo alta performance rapidamente nos faz pensar sobre
pessoas bem sucedidas. Entretanto, o sucesso reconhecido em nossa sociedade,
normalmente, fica restrito ao âmbito profissional. Porém, alguém que tenha
fracassado num relacionamento afetivo, por exemplo, pode ser uma pessoa de
baixa autoestima e, muitas vezes, a frustração pode levar até o mais bem
sucedido executivo a ser um gênio indomável, incapaz de estabelecer relações
saudáveis e, ainda, tornando-se mais propenso a doenças. Algo similar pode
ocorrer com quem não tenha boa performance nos seus momentos de descanso,
fundamentais para recuperar a energia necessária para viver bem e por mais
tempo possível.
Ao longo dos séculos, a humanidade viveu períodos de
tensão, estresse
crônico, epidemias, guerras; fatores que não são apenas característicos da
sociedade moderna, mas que acompanham a evolução das espécies, desde a primeira
célula.
A tensão, o atrito, o estresse, isso tudo é necessário para
que haja evolução, transformação, movimento. Costumamos avaliar aqueles
primeiros conceitos como negativos, mas, em determinada proporção, são
extremamente necessários para que haja vida, interação e realização.
Vamos nos ater, aqui, logicamente, à espécie humana.
Assim como a tensão e a contração são necessárias ao
movimento e à evolução, também o é a descontração. Basta pensar sobre nossa
própria musculatura, que move nosso esqueleto. Se esta ficar sempre contraída,
viraremos uma estátua, rígida, imóvel. E, se ficar sempre descontraída, também
tenderemos à inércia. Assim, a oposição entre contrair e descontrair é o que
nos permite evoluir.
Esclarecido isso, devo aprofundar-me no outro conceito do
tema proposto: a alta performance.
Podemos definir esta qualidade como aquela que leva o
indivíduo a atingir seu melhor desempenho em tudo o que faz, considerando todos
os seus aspectos: físico, emocional e intelectual.
Obviamente, se o indivíduo se dedicar mais a uma atividade
do que a outra: por exemplo, um atleta que, geralmente, tem melhor desempenho
físico do que intelectual, normalmente, teremos uma hipertrofia de um aspecto em
relação aos demais. No entanto, se um atleta consegue usar sua
intelectualidade, sua capacidade criativa, imaginativa, associativa, memória
etc. em prol da atividade física, certamente ele se destacará dos demais. E,
mais do que isso, se ele tiver a habilidade de gerenciar suas emoções, usando a
emoção correta para estimular seu melhor desempenho mental e físico, bem, nesta
categoria certamente poderemos classificar os maiores atletas ao longo da
história da humanidade.
O mesmo se aplica a alguém que queira conquistar seu melhor
desempenho numa função administrativa, corporativa, acadêmica, artística etc.,
ou seja, ter alta performance intelectual e criativa. Neste caso, é o
desenvolvimento corporal que o destacará dos demais. Por isso, tantos
executivos renomados, em sua maioria, praticam esportes e outras atividades similares.
Afinal, nossa saúde e estabilidade físicas são fundamentais para que possamos
nos dedicar a uma atividade intelectual, artística etc.
E, é importante dizer que, apesar de definidos como
racionais, ainda somos animais, dotados e movidos por emoções. E, por estar, nossa
civilização, até então, sob a égide do Ocidente (isso vem mudando,
recentemente), somos influenciados pela filosofia cartesiana (que enfatiza o
uso da razão) e, em virtude disto, não nos ensinam a lidar e administrar nossas
emoções a ponto de usá-las a favor daquilo que queremos realizar. Nosso sistema
educacional, inclusive, começa a dar pequenos sinais de mudança, com algumas
iniciativas isoladas, que propõe a educação da criança de maneira integral. Mas
esta mudança é claramente ainda muito tímida.
Nessa perspectiva, a alta performance depende de todos esses
aspectos, aplicados simultaneamente.
E, então, você vai se perguntar, mais uma vez, em que ponto
se cruzam descontração e alta performance. Se considerarmos um ser humano que
tem boa consciência corporal, boa autoestima, bons relacionamentos, bom
desempenho intelectual e profissional, certamente, esta pessoa conseguiu
conquistar um patamar de estabilidade, em que sabe os limites do seu
metabolismo, do seu conhecimento intelectual e da sua maturidade emocional,
sendo capaz de administrar cada um desses fatores, para que sempre extraia o
melhor resultado.
Neste exemplo, este indivíduo seguramente sabe como
administrar sua tensão, estresse, raiva e agressividade para realizar mais e,
assim, após atingir o resultado desejado e planejado, consegue descontrair. É
como funcionam os ciclos da Natureza, inclusive no homem: todos precisamos de
um período de descanso – físico, principalmente, mas também emocional e mental,
com o intuito de, ao retornar, tornar-se ainda mais produtivo, cheio de
vitalidade e capacidade de realização.
Uma pessoa que tenha estresse crônico, tensão constante, terá
um nível de vitalidade baixo, pelo desgaste causado por excesso de contração
muscular e a liberação de substâncias que contribuem para o envelhecimento das
células e mau funcionamento dos sistemas orgânicos. E, portanto, vai oscilar
entre a depressão e a ansiedade ou euforia, estados em que nossa produtividade
cai muito e, assim, nossa capacidade de nos aprimorar também.
Por fim, concluímos que a alta performance exige mudanças e
evolução constante e, para tanto, é necessário que aprendamos a descontrair no
momento certo e na quantidade precisa para continuarmos aprendendo e
estimulando ações realizadoras, uma vida com sentido e propósito, ao invés de fazer
do seu dia a dia uma sequência de tarefas triviais.
Aline Daher
aline.vsdaher@gmail.com