Ilustração: Jurema Sampaio - Artista Plástica/Designer/WebDesigner
Fonte da imagem: https://williamcarvalhoamaral.wordpress.com/tag/circuito-do-prazer/
Ainda somos animais, apesar de dotados de razão. Como, em geral, não somos educados para administrar nossas emoções é preciso que conheçamos como este sistema funciona para que possamos atuar sobre ele, conscientemente. O fisicista Argos de Arruda Pinto[1] esclarece a química das emoções:
Os neurônios são células cerebrais constituintes
do sistema nervoso. Para um impulso nervoso se deslocar de um neurônio a outro
– a sinapse – faz-se necessário a presença entre eles de substâncias chamadas
neurotransmissoras. Nesse processo podem ocorrer reflexos para determinadas
regiões de nosso corpo, onde temos a sensação de que o que sentimos é produzido
no próprio local. Um aperto em nosso peito devido a uma paixão levava os
antigos a acharem que a sede de nossos sentimentos amorosos era no coração...
A depressão caracteriza-se por uma baixa atividade
neuronal devido à falta de substâncias desse tipo, como, por exemplo, a serotonina.
O ansiolítico atua aumentando o efeito de neurotransmissores inibitórios da
resposta nervosa, como o ácido gama-aminobutírico - GABA. A ansiedade, então,
grosso modo, é um estado emocional no qual os neurônios têm suas atividades
exageradas.
Tudo isso é bem conhecido entre os médicos e pouco
pelo público. Poucas são as reportagens, livros ou informações, relacionando
toda essa química aos nossos sentimentos. Os cientistas, já há décadas, vêm
descobrindo e utilizando para o nosso bem, na forma de medicamentos, as
interligações entre neurotransmissores, condução nervosa, sentimentos e
emoções. Estes dois últimos seriam produzidos no cérebro devido a estímulos
internos ou externos, visando a perpetuação da espécie segundo a Teoria da
Evolução de Darwin. Não formaríamos famílias, sociedades, etc., se não fosse a
imensa variedade de sentimentos a que nos pertencem, formando poderosos
vínculos entre nós e nossos semelhantes. Como apenas um exemplo, o amor e o
afeto, e consequentemente a dedicação dos pais com os filhos, mostra de maneira
clara esse elo de ligação entre eles.
O circuito do prazer
Segundo a descrição de Luiz Fernando
Garcia, em seu livro O cérebro de alta
performance, “o prazer é o que leva os seres humanos, desde a fase
embrionária, a buscar experiências que farão seu cérebro estabelecer as
ligações corretas para sua sobrevivência”. No entanto, se não aprendermos a
administrar a estrutura que recria as sensações de prazer, podemos desenvolver
uma compulsão e transformar os prazeres em urgências, invés de usá-los como
ferramentas para a evolução.
Nossa proposta é usar o prazer não apenas
para sobreviver, mas para viver da melhor maneira possível.
A percepção da realidade e atuação sobre
ela depende, e muito, de como nos sentimos em relação ao que nossos sentidos
captam. Segundo Joe Dispenza, “as emoções servem para reforçar quimicamente
algo em nossa memória de longo prazo”.
Assim, nossa percepção da dor ou do
prazer dependerá dos registros da nossa memória e, esses, dependerão de como
vivemos aquela experiência passada.