quinta-feira, 30 de abril de 2009

Ideias ao vento, sem acento

Hoje, a aula de Didática falava sobre os âmbitos da avaliação, do porquê de sua existência e de como ela determina a relação professor-aluno e aluno-aluno em sala de aula.

A crítica feroz é de que o professor não sabe lidar com o tipo de escola em que está inserido, ou melhor, com as fenomenais diferenças socioeconômicas e de valores dos alunos, sem usar isso como instrumento para sua ridicularização (do aluno).

E penso que, como os terapeutas devem fazer terapia pelo resto da vida, os professores deveriam ter aulas para o resto da vida, mas não necessariamente pedagogia ou da disciplina que ministram, e sim sobre temas e atividades diversas.... Em verdade, talvez este seja um início para mudar o ambiente dentro da escola, onde o confinamento e a verticalidade do poder vai totalmente contra o sentido de aprender, de adquirir conhecimento sobre si e sobre o mundo, a fim de ter autonomia, criatividade, controle emocional e evitar assim grande parte das doenças do nosso tempo.

Mas, ao contrário do que muitos podem dizer ou pensar, esta escola educa...toda escola educa, talvez não visando o resultado do aprendizado daquilo que lhe dará a capacidade de se conhecer e de encontrar seu lugar no mundo, mas, como a maioria hoje, o aprendizado de um comportamento passivo e alienado, de que as aparências valem mais do que a essência - como se fosse possível separar uma coisa da outra -, de que a técnica é apenas a execução de procedimentos com objetivo de lucro e não arte, que o fazer é mais importante do que pensar, e que o pensar é mais importante do que o sentir, e de quem faz e sente está num nível social inferior àquele que pensa, que o consumidor é o que faz do indivíduo um cidadão de valor na sociedade em que vivemos hoje, e que os objetos que nos rodeiam valem mais do que as pessoas que os utilizam ou que estão por trás deles. Aprendizado de valores que são fundamentos da sociedade em que estamos.

É...tudo isso. Pensar, fazer, sentir...tudo ocorre ao mesmo tempo. Aparência e essência estão intrinsecamente ligadas, não há dissociação de forma e conteúdo, não há separação de sujeito e objeto. O objeto não o "é" se não servir aos propósitos humanos. Um sujeito deu o nome de 'objeto' a ele e, por isso, ele é também este sujeito, inclusive a forma de pensar dele no momento em que o nomeou.

E para dizer o que digo visto os muitos discursos que ouvi e concordei e talvez exista alguma ideia só minha, na verdade acho que a ideia só minha está na forma disso que escrevi, então a forma que é conteúdo se revela aqui - uma estética talvez única, talvez não, recheada de uma ideologia...

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