A dúvida que me coloquei hoje depois de receber inúmeros e-mails sobre a gripe suína foi:
O que dissemina mais rápido? O vírus da H1N1 nova ou os e-mails de Forward que tratam de seus mais infinitos males e fatalidades?
E não cheguei a uma resposta numérica ou lógica, mas a uma nova pergunta: o que mata mais? Vírus de gripe ou informação transmitida sem responsabilidade e compromisso?
A nossa mente é muito mais poderosa do que muitos acreditam que ela seja. E ela funciona por meio de associações de imagens, emoções, modelos de comportamento, conceitos, informações, dados. Para a maioria da população mundial, a emoção domina a razão, no sentido de que a paixão e o medo direcionam suas ações muito mais do que a lógica racional - da compreensão da conexão que existe entre as coisas, pessoas, espaço e tempo...
Este domínio da paixão e do medo são os responsáveis para que as pessoas disseminem uma informação, seja de onde for, porque ela revela uma ameaça á sobrevivência da espécie. Novamente, esquecemos que vivemos numa ecologia e que a raça humana não está fora dos ciclos de vida e morte. Construímos nossas vidas sob parâmetros chamados civilizados, mas há muitos que cultuam a verdadeira barbárie justificada por argumentos fortemente embasados em normas e regras desta sociedade. É um ciclo sem fim.
É importante dizer que existem pesquisas em países, principalmente da Europa, que revelaram a influência de notícias publicadas nos jornais sobre suicídio no aumento deste tipo de morte.
Precisamos nos cuidar? Nos proteger? Garantir a sobrevivência da espécie? Sim. Mas além de nos proteger dos vírus e bactérias e outros seres que podem ameaçar nossas vidas, temos que nos proteger de informação descompromissada com a saúde física e mental do homem, de informação desnecessária ou que apenas faça crescer o medo, o isolamento e, até mesmo, a crença de que estamos doentes, e a visão catastrófica do apocalipse.
Às vezes, tenho a impressão de que para alguns esta visão é reconfortante, porque se tudo acaba ao mesmo tempo, não há nada a se perder. Quanto egoísmo! Se pensássemos que não somos donos de nada, também não precisaríamos viver com medo de perder.
A imagem aterradora que estas informações criam na mente das pessoas é suficiente para alguns ficarem como 'Raul' - "com a boca escancarada, cheia de dentes, esperando a morte chegar".
As informações não podem ser aceitas sem um contexto, sem uma fonte de confiança, sem comparações, sem meios que nos permitam fazer associações e compreendê-la de verdade. De que adianta a alguém receber a informação de que pode ficar doente ou de que pode morrer - isso todo mundo sabe. Informação importante é aquela que nos permite tomar alguma atitude, uma atitude positiva e não destrutiva.
Mas a verdade é que: o que se pode esperar de cidadãos comuns/usuários de e-mails pessoais, se empresas e profissionais da comunicação muitas vezes não são sensatos o suficiente para saber quais informação transmitir e quais não.
O que me consola é o fato de que momentos de crise e fragilidade são oportunidades sem igual para refletirmos e reestruturarmos nossa vida, nossos objetivos, nossa missão...tudo. E sempre existem alternativas. Cabe a nós escolher se vamos nos deixar contaminar.
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Floresta agora exerce a função de preservar
Nesta onda de sustentabilidade, tem empresa querendo tirar vantagem de qualquer jeito.
Estes dias, na Marginal Tietê me surpreendeu os dizeres num caminhão ao lado:
Transportadora Floresta
e logo abaixo o slogan: 'Preservando sua carga'.
Nada contra a empresa, até porque não conheço seu trabalho, ela pode mesmo ser top em sustentabilidade.
Mas o que me surpreendeu foi a inversão de sentidos. Quero dizer, seria como dizer que a floresta pressupõe preservação. Seria como dizer: "Nossa... que planta ecológica".
Ou, seria como dizer que a floresta, por ser verde, representar o meio ambiente - que, hoje, está intensamente vinculado ao termo 'preservação' - tivesse a competência, a habilidade, a função de PRESERVAR.
No mínimo inacreditável, no máximo hilário.
Estes dias, na Marginal Tietê me surpreendeu os dizeres num caminhão ao lado:
Transportadora Floresta
e logo abaixo o slogan: 'Preservando sua carga'.
Nada contra a empresa, até porque não conheço seu trabalho, ela pode mesmo ser top em sustentabilidade.
Mas o que me surpreendeu foi a inversão de sentidos. Quero dizer, seria como dizer que a floresta pressupõe preservação. Seria como dizer: "Nossa... que planta ecológica".
Ou, seria como dizer que a floresta, por ser verde, representar o meio ambiente - que, hoje, está intensamente vinculado ao termo 'preservação' - tivesse a competência, a habilidade, a função de PRESERVAR.
No mínimo inacreditável, no máximo hilário.
Consumir, beber e fumar
Tem algo em comum nestes três verbos: os três são objetos de leis que os restrigem.
São os famosos 'consumação mínima', 'se beber não dirija' e 'fume só em espaços privados'.
É, talvez a legislação não diga exatamente isto, mas seja lá o que diga ou mesmo a publicidade sobre ela, em que se investiu pesadamente, a verdade é que ainda existem os bares com consumação mínima, os estabelecimentos continuam lucrando com venda de cerveja e destilados a 'motoristas' e, agora, a dúvida é por quanto tempo a atmosfera dos espaços públicos vai ser ecologicamente correta.
Eu confesso que não bebo, nem fumo e, por esta razão, cosnumação mínima para mim muitas vezes é a máxima. E confesso também que para mim seria o melhor dos mundos se não existissem cigarros na face da Terra. Mas eu não sou assim tão idealista.
Na sociedade em vivemos, infelizmente as leis passam a ser necessárias, já que a educação (e mesmo os modelos) para um cuidado consigo e sua saúde, e o respeito com o outro é muito deficiente. Mas o que me indigna é justamente toda esta verba em publicidade não ser usada para programas de educação paralelos à 'proibição'. Hummm mas isso dá trabalho, é difícil. Sim, tudo o que é bem feito dá trabalho - já dizia uma prima psicóloga.
Mas sabemos que existem uma série de fatores, de interesses envolvidos... afinal, num país de muitos desempregados, não só o trabalhador precisa assegurar seu cargo, mas também o deputado, o senador, o ministro, o secretário, o presidente... E manter alguns cargos exige manter uma estrutura que lhes garanta importância. Porque o dia em que cada um puder viver num processo contínuo de aprendizagem e autoconhecimento, será revelada a obsolência de muitos.
São os famosos 'consumação mínima', 'se beber não dirija' e 'fume só em espaços privados'.
É, talvez a legislação não diga exatamente isto, mas seja lá o que diga ou mesmo a publicidade sobre ela, em que se investiu pesadamente, a verdade é que ainda existem os bares com consumação mínima, os estabelecimentos continuam lucrando com venda de cerveja e destilados a 'motoristas' e, agora, a dúvida é por quanto tempo a atmosfera dos espaços públicos vai ser ecologicamente correta.
Eu confesso que não bebo, nem fumo e, por esta razão, cosnumação mínima para mim muitas vezes é a máxima. E confesso também que para mim seria o melhor dos mundos se não existissem cigarros na face da Terra. Mas eu não sou assim tão idealista.
Na sociedade em vivemos, infelizmente as leis passam a ser necessárias, já que a educação (e mesmo os modelos) para um cuidado consigo e sua saúde, e o respeito com o outro é muito deficiente. Mas o que me indigna é justamente toda esta verba em publicidade não ser usada para programas de educação paralelos à 'proibição'. Hummm mas isso dá trabalho, é difícil. Sim, tudo o que é bem feito dá trabalho - já dizia uma prima psicóloga.
Mas sabemos que existem uma série de fatores, de interesses envolvidos... afinal, num país de muitos desempregados, não só o trabalhador precisa assegurar seu cargo, mas também o deputado, o senador, o ministro, o secretário, o presidente... E manter alguns cargos exige manter uma estrutura que lhes garanta importância. Porque o dia em que cada um puder viver num processo contínuo de aprendizagem e autoconhecimento, será revelada a obsolência de muitos.
Gripe suína potencializa ensino à distância
O ensino à distância tem sido o foco de políticas públicas em educação, objeto de pesquisas e até motivo para greve - como a última dos estudantes de universidades estaduais. Mas a verdade é que com adversários ou não, na saúde ou na doença, a tendência é que esta forma de 'ensinar' só cresça.
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
Novo RAP DaherBaptista
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