O processo evolutivo é repleto de desafios.
Se não fosse assim, logo que ficássemos em pé a primeira vez, sairíamos
caminhando sem dificuldades; a primeira vez que nos alimentássemos sozinhos,
não faríamos sujeira; quando pegássemos pela primeira vez numa escova de
dentes, deixaríamos nossos dentes brilhando sem nos machucar. Porém, não é
assim que acontece. E, ano após ano, os desafios tendem a aumentar de
proporção.
Mas, o que é um desafio?
Luiz Fernando Garcia os descreve assim:
Podemos chamar de desafio quando alguma coisa consegue
causar tensão emocional o suficiente para construir novas sinapses e caminhos
dentro de nós. O medo é a matéria-prima da atenção, e no momento do desafio não
se sente prazer nenhum, ele só virá, com toda a força, quando tudo estiver
cumprido.
Esta vitória do desafio é o que nos
estimula a repetir a ação, ainda que arriscada, e a querer continuar nos
superando. De acordo com o Professor DeRose, considerando nosso aspecto animal,
temos nossos
instintos de luta, os quais compreendem dispositivos de incentivo e recompensa
pela sensação emocional e mesmo fisiológica de satisfação cada vez que
vencemos, quer pela luta, quer pela fuga (a fuga também é uma forma de vitória,
já que o animal conseguiu vencer na corrida ou na estratégia de fuga; e seu
predador foi derrotado, uma vez que não o conseguiu alcançar).
Dessa forma, o indivíduo sempre terá
estímulo para continuar lutando, ou seja, exercendo um esforço sobre si mesmo,
para vencer novos desafios. Como Garcia descreve:
[…] ao aceitar
desafios constantes, estimulando o cérebro para que se movimente a fim de
superá-los e assim obter a recompensa esperada, deixamos de ser tarefeiros para
nos tornar realizadores e exploramos ao máximo nossa capacidade de produzir
resultados para nossa vida e para os demais.
A alta performance, portanto, só virá com
superação constante e, para isso, precisaremos nos expor a desafios, que irão
gerar tensão e estresse. E para garantir que esta tensão seja apenas a
necessária e não excessiva a ponto de colocar em risco a integridade do indivíduo,
aprender a descontrair e a administrar e reprogramar o emocional, será
imprescindível. Mas este já é um tema para outro artigo.
Referências:
DeRose. Karma
e Dharma – transforme a sua vida, 1ª
Ed., São Paulo: Ed. Nobel, 2007.
Garcia,
Luiz Fernando. O cérebro de alta
performance: como orientar seu cérebro para resultados e aproveitar todo o seu
potencial de realização. São Paulo: Editora Gente, 2013.
Aline Daher
aline.vsdaher@gmail.com
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