Podemos dizer que um paradigma são as
lentes através das quais vemos a vida e a realidade. Normalmente, não os
questionamos ou mesmo tomamos consciência deles. Sendo assim, a maioria de nós
constrói este sistema de crenças e valores de maneira inconsciente e,
normalmente, nós os tornamos verdades absolutas.
Quando isso acontece, eles podem se
tornar ameaças à possibilidade de mudança e, consequentemente, de evolução e
aprimoramento. Podemos defini-los como as zonas de conforto – físico, emocional
e mental, onde a lógica que criamos internamente torna-se intocável, o corpo,
inerte ou as emoções, pálidas. Entramos num mecanicismo, realizando tarefas,
sem enxergar o grande cenário em que elas se inserem e ignorando as
consequências de ficar inerte. “A natureza nos mostra claramente que ou você
está vivo e crescendo, ou está morrendo, morto, ou declinando.”[1]
Diante disto, percebemos que se não
buscamos nos autossuperar, crescer, evoluir, melhorar nosso desempenho sempre,
vamos definhar, ainda que aos poucos. Existe uma pressão clara para a mudança
e, paradoxalmente, uma resistência a ela. Cada vez mais se reduzem os períodos
de estabilidade e se aproximam os momentos de transição. As mudanças vêm na
velocidade da luz, exigindo que as acompanhemos. E isso gera uma ansiedade
extrema.
Por isso, precisamos estar sim
atualizados, mas saber priorizar o que realmente importa, mantendo o que
poderíamos chamar de o fio da meada, sem perder o que gera estabilidade, o
propósito maior da nossa existência. E esta prioridade só pode ser estabelecida
quando nos conhecemos bem e sabemos onde queremos chegar, independentemente de
herança genética, cultura, mudanças climáticas etc.
Precisamos saber do que somos
constituídos e do que influencia nossas escolhas, nossas decisões, para assumir
a responsabilidade de mudar.
Aline Daher
aline.vsdaher@gmail.com
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