terça-feira, 17 de novembro de 2015

Dos paradigmas, das mudanças e do propósito da sua existência


Os paradigmas são formatados de acordo com nossa hereditariedade, experiências pessoais, contexto e cultura em que nos inserimos, e sob influência dos arquétipos que temos como referência. Normalmente, são construídos involuntariamente e se tornam parte do nosso modus operandi como indivíduos e, por consequência, como sociedade.
Podemos dizer que um paradigma são as lentes através das quais vemos a vida e a realidade. Normalmente, não os questionamos ou mesmo tomamos consciência deles. Sendo assim, a maioria de nós constrói este sistema de crenças e valores de maneira inconsciente e, normalmente, nós os tornamos verdades absolutas.
Quando isso acontece, eles podem se tornar ameaças à possibilidade de mudança e, consequentemente, de evolução e aprimoramento. Podemos defini-los como as zonas de conforto – físico, emocional e mental, onde a lógica que criamos internamente torna-se intocável, o corpo, inerte ou as emoções, pálidas. Entramos num mecanicismo, realizando tarefas, sem enxergar o grande cenário em que elas se inserem e ignorando as consequências de ficar inerte. “A natureza nos mostra claramente que ou você está vivo e crescendo, ou está morrendo, morto, ou declinando.”[1]
Diante disto, percebemos que se não buscamos nos autossuperar, crescer, evoluir, melhorar nosso desempenho sempre, vamos definhar, ainda que aos poucos. Existe uma pressão clara para a mudança e, paradoxalmente, uma resistência a ela. Cada vez mais se reduzem os períodos de estabilidade e se aproximam os momentos de transição. As mudanças vêm na velocidade da luz, exigindo que as acompanhemos. E isso gera uma ansiedade extrema.
Por isso, precisamos estar sim atualizados, mas saber priorizar o que realmente importa, mantendo o que poderíamos chamar de o fio da meada, sem perder o que gera estabilidade, o propósito maior da nossa existência. E esta prioridade só pode ser estabelecida quando nos conhecemos bem e sabemos onde queremos chegar, independentemente de herança genética, cultura, mudanças climáticas etc.
Precisamos saber do que somos constituídos e do que influencia nossas escolhas, nossas decisões, para assumir a responsabilidade de mudar.

Aline Daher
aline.vsdaher@gmail.com

*Fonte da foto: http://revistaatitude.com.br/site/recursos-humanos/o-que-e-e-como-descobrir-nossa-missao-de-vida/



[1] Citação do livro O monge e o executivo, James C. Hunter, 2004, p.47.

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