Organizando os arquivos, encontrei este texto meu! Seu eu pude aprender com ele, imaginei que você também pudesse!
Boa leitura!
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A vontade me chama e me convida a pensar e a escrever.
Chego, então, a inúmeras conclusões que são absorvidas do me
cérebro pelas células de todo o corpo.
Eu absorvo, assimilo e então cessa a vontade.
E, passados poucos segundos, ela volta, forte e determinada.
Quero dizer. Muito a dizer. Mas não sei bem como começar.
A mente, a ilusão, a verdade, a pureza, o self, a
identidade, a consciência, a hiperconsciência...
As informações surgem como uma tempestade cerebral de
conceitos e eu fico curtindo essa coreografia de sentidos.
Que saudades da clareza do achar que sei o que penso. Que
delícia da dúvida em afirmar e não saber.
Que desejo de poder pensar e tudo se traduzir em palavras
digitadas, sem mover os dedos.
São tantos pensamentos. São tantas conclusões. É tanto
desejo de que as pessoas saibam o que aprendi. Que sintam a mesma felicidade em
compreender o que compreendi.
Qual é a origem de tudo? De tudo o que o homem deseja? O que
move a humanidade na direção do Caos ao qual ela sempre chega, de tempos em
tempos.
Ninguém acredita desejar o caos, porque a mente organiza
tudo o que estimula sua existência – os sentidos.
A Origem – este filme vem à minha mente. Então, percebo
quantas dispersões e instabilidades posso gerar tentando encontrar respostas
lógicas e racionais. O melhor mesmo seria parar de escrever e meditar. Mas
agora que “dei o primeiro passo” parecem involuntários os demais dedilhados
neste teclado.
Qual é “a origem” de tudo? O que há de mais profundo no
nosso ser? Como ir além da ilusão ou do sonho, ou das camadas de ilusão de
sonho que são construídas por nós e pelos outros ao longo da vida. O que aquele
bebê sozinho no berço, ainda incapaz de rolar sobre o colchão sabe que nós não
sabemos mais?
Que capacidade de contemplação e encantamento ele tem que
nós perdemos.
Onde está a essência de tudo? Como chegamos a ela? De novo,
seria melhor meditar. A felicidade inefável não se alcança racionalizando. É o
que as filosofias de mais de 5 mil anos nos dizem.
Tecnologia. O que ela nos trouxe que é mais precioso do que
a experiência das mais antigas comunidades e civilizações humanas?
Por que desejamos ser felizes? O que isso significa?
Harmonia com o universo, talvez. Em verdade, integração, união, a certeza de não
estarmos sós. A compreensão de que tudo é uma coisa só, tudo está interligado.
A segurança de que somos parte integrante e fundamental de algo muito maior.
Orgulho e vaidade do ego, de se considerar importante, mais do que algum outro.
Conflito entre encontrar sua essência mais pura que lhe conecta a tudo e que,
ao mesmo tempo lhe garante sua missão, a importância de estar vivo, também lhe
mostra que sua importância não é maior ou menor do que a partícula de grão de
areia que está na praia.
Consciência da consciência. Busca de uma glória que não cabe
a apenas um herói. Sentido de uma vida que tem sentido por ser viva e por
compreender isso.
Ser feliz. Sim. Parece a origem de tudo. Estar em harmonia
com o todo. Entender que o mundo se move por ação e reação, por inércia e por
estabilidade. Qualidades da Natureza ao nosso redor e que constitui nosso
físico denso.
Somos mais do que células, átomos, somos energia vital,
bioenergia, reprodução da energia cósmica, solar, que nos afeta, nos estimula,
nos penetra.
Vibração infinita.
Processo contínuo e eterno. O que alguns chamam de Deus. A
estabilidade ou a continuidade dos processos de movimento e inércia. Isso é a
origem. E também o fim. E não mais que o meio. Isso é tudo e o todo. É o que dá
sentido e o que o tira. Por isso também é nada. E também é som. Vibração que
transforma e se transforma, que se materializa e que se oculta. Dimensões, complexidades
que surgem do simples e fundamental e nos levam novamente à lógica dispersiva,
instável, contínua, sem fim. E, então, tudo recomeça, como na saga História Sem
Fim.
Enquanto isso, criamos mundos, sensações, e nos
identificamos com o que pensamos – e que provêm do que vemos, ouvimos, sabores
e perfumes que sentimos, texturas etc. De novo, vibrações traduzidas em
freqüências diversas, que geram ressonância, simpatia, grupos, civilizações,
culturas, egrégoras, fortalecimento ou enfraquecimento de emoções, ideias,
ações, atitudes...
Freqüências que se alteram ao longo dos ciclos da vida.
Influenciados pelas inúmeras dimensões do universo, suas mudanças mais
complexas e mais amplas. Que provocam civilizações dominadas mais pela alegria
e pelo entusiasmo, ou pelo medo e a agressão. Pela consciência ou pela
inconsciência.
A fênix. O fogo. A transformação programada de tempos em
tempos, para o brotar de uma nova semente.
O homem deixará de sê-lo para tornar-se essência pura,
quando tomar consciência de que não é o centro do universo e da vida, mas
apenas um composto diferente da mesma substância que está em tudo.
Autoconsciência ou autodestruição são as únicas alternativas a uma civilização.
Quando a primeira não acontece dentro do prazo natural
possível, a outra necessariamente se impõem, como forma de permitir uma
regeneração e manter a estabilidade – a continuidade da consciência universal –
através de novos meios de manifestação.
Aline Daher
aline.vsdaher@gmail.com