De vez em quando eu lembro desta história, como ela é recorrente, resolvi registrar:
Meu querido primo, 6 aninhos, pediu certa vez para sua mãe comprar um animal de estimação. É claro que ele queria um cachorro, mas, com o argumento de que ele era muito pequeno para cuidar do animal, conseguiu convencê-lo a ter uma espécie de esquilo da índia - que parece um ratinho, na verdade. Eu não entendo muito a diferença destas espécies.
Bom, a verdade é que ele adorou o animalzinho e aprendeu a cuidar e brincar com ele daquele jeito de criança, um cuidado meio descuidado, mas nada anormal.
O dono da loja que vendeu o esquilinho avisou: _ Ele só vive um ano, em média.
Resumindo: passado um ano, a mãe (psicóloga) do meu priminho, que já tinha uma irmã mais nova, começou a se preparar para o discurso sobre a morte. (Como explicar a uma criança de 6 anos e outra ainda menor o que é a morte - grande desafio).
Então, certo dia, a mãe acordou pela manhã e, ao chegar próximo da gaiola do esquilinho, viu que ele jazia estatelado sobre a palha e o jornal. Meio preparada, como já vinha há algum tempo, reuniu o resto de argumento que faltava, chamou os filhos e desfiou um longo discurso sobre a morte: "Que tudo morre, que faz parte do processo da vida..." - claro não com estas palavras - na verdade, nem sei bem que palavras ela usou. Mas posso imaginar, as crianças com cara de 'não sei', a testa franzida, e ela desatando a reunir todos os conceitos possíveis dos seus estudos psicológicos para criar um entendimento e fazer daquele momento o menos dramático e sofrido possível para as crianças.
Meu priminho chorou, ah sim, chorou bastante. Faz parte. Mas o que eles não esperavam, e a mãe menos, é que passados o discurso e o choro, o esquilinho acordaria. É, ele estava vivo...vivinho. Um pequeno engano (risos)...
Teria a mãe, agora, que criar um discurso sobre a "ressucitação" (Risos)?
Eu prefiro acreditar que a memória dos pequenos guardou a melhor parte do discurso - de que a morte é imprevisível, que o apego provoca um sentimento de perda e um sofrimento particular para cada um, e que nunca estamos preparados para perdermos o que acreditamos ser nosso, mas que todos passam por isso, e que morrer é viver, como a folha que cai da árvore, seca no solo e dá nova vida a ele e à própria árvore que lhe deu vida.
Meu querido primo, 6 aninhos, pediu certa vez para sua mãe comprar um animal de estimação. É claro que ele queria um cachorro, mas, com o argumento de que ele era muito pequeno para cuidar do animal, conseguiu convencê-lo a ter uma espécie de esquilo da índia - que parece um ratinho, na verdade. Eu não entendo muito a diferença destas espécies.
Bom, a verdade é que ele adorou o animalzinho e aprendeu a cuidar e brincar com ele daquele jeito de criança, um cuidado meio descuidado, mas nada anormal.
O dono da loja que vendeu o esquilinho avisou: _ Ele só vive um ano, em média.
Resumindo: passado um ano, a mãe (psicóloga) do meu priminho, que já tinha uma irmã mais nova, começou a se preparar para o discurso sobre a morte. (Como explicar a uma criança de 6 anos e outra ainda menor o que é a morte - grande desafio).
Então, certo dia, a mãe acordou pela manhã e, ao chegar próximo da gaiola do esquilinho, viu que ele jazia estatelado sobre a palha e o jornal. Meio preparada, como já vinha há algum tempo, reuniu o resto de argumento que faltava, chamou os filhos e desfiou um longo discurso sobre a morte: "Que tudo morre, que faz parte do processo da vida..." - claro não com estas palavras - na verdade, nem sei bem que palavras ela usou. Mas posso imaginar, as crianças com cara de 'não sei', a testa franzida, e ela desatando a reunir todos os conceitos possíveis dos seus estudos psicológicos para criar um entendimento e fazer daquele momento o menos dramático e sofrido possível para as crianças.
Meu priminho chorou, ah sim, chorou bastante. Faz parte. Mas o que eles não esperavam, e a mãe menos, é que passados o discurso e o choro, o esquilinho acordaria. É, ele estava vivo...vivinho. Um pequeno engano (risos)...
Teria a mãe, agora, que criar um discurso sobre a "ressucitação" (Risos)?
Eu prefiro acreditar que a memória dos pequenos guardou a melhor parte do discurso - de que a morte é imprevisível, que o apego provoca um sentimento de perda e um sofrimento particular para cada um, e que nunca estamos preparados para perdermos o que acreditamos ser nosso, mas que todos passam por isso, e que morrer é viver, como a folha que cai da árvore, seca no solo e dá nova vida a ele e à própria árvore que lhe deu vida.
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